Porque é que eu vou à Avalanche?

A explicação mais óbvia é porque sou doida, mas será verdade? De certeza que não vou para ganhar nada, nem sequer para ficar nos 100 primeiros, mas pelo menos fiquei nos que acabaram, já não é mau. Não vou para exibir a "máquina", nem para provar nada, desço sempre com calma, devagar devagarinho a apreciar a paisagem, gozo até ao último metro e trato todas as pedras todos os buracos e todos os troncos por tu, mas com respeitinho. Divirto-me imenso com os organizadores e com os guardas que encontro pelo caminho, principalmente com o guarda que a 200 metros do fim me dizia: "ò minha senhora vá pelo alcatrão que o último bocado tem muitas pedras e não vai conseguir fazê-lo". Caro senhor guarda eu faço o percurso todo montada ou à mão, posso ser a última a chegar mas chego sempre mesmo que na chegada só tenha o meu marido a aplaudir-me. E por último pelo gozo que me dá ouvir frases como a que ouvi este ano, de um atleta para a namorada: "tás a ver? a cota desceu, porque é que não participas também?" Pois é cara amiga, porque não? No fim de contas não é preciso ser doida, mas um pouco de loucura ajuda um bocadinho...